20 de julho de 2012

ENSINO SUPERIOR - 38% ALUNOS NÃO SABEM LER E ESCREVER PLENAMENTE








Manifesto sobre o nível de conhecimento dos alunos que ingressam no ensino superior



Prezados senhores,


Sobre recentes matérias publicadas nos últimos dias no jornal O Estado de S.Paulo – “No ensino superior, 38% dos alunos não sabem ler e escrever plenamente” e “Analfabetos na universidade” –, o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular vem a público tecer algumas observações que considera pertinentes.

São frequentes os questionamentos sobre a qualidade do ensino superior particular no país, muito embora pouco se discuta acerca das distorções e peculiaridades do setor da educação como um todo. 

Como é do conhecimento público, apenas uma minoria – 20 % da população de estudantes do país – consegue cursar o ensino médio nas melhores escolas, se preparando adequadamente para passar no vestibular e acessar as poucas vagas oferecidas pelas universidades públicas. Os outros 80% vêm, em grande parte, do ensino médio público – cujos problemas são amplamente conhecidos –, tendo que competir no vestibular, em condições desfavoráveis, com uma minoria bem preparada.

Nesse contexto, a importância das instituições privadas é inegável, particularmente no segmento de ensino superior, ofertando a maioria das vagas e sendo responsáveis por formar 7 em cada 10 universitários deste país. O ensino superior particular é o responsável por, há mais de cinquenta anos, ter começado a mudar um cenário em que a classe média brasileira não tinha qualquer possibilidade de acesso à educação superior neste país.

Por conta das lacunas na formação proporcionada pelo atual ensino médio – reflexo também da educação básica –, grande parte dos alunos que atinge o ensino superior acaba tendo dificuldade em acompanhar o ritmo de estudos que é exigido nas universidades. Para recuperar esse universo de alunos, as instituições privadas vêm desenvolvendo uma série de soluções, como a introdução de disciplinas para reforçar conceitos e aulas extraordinárias de nivelamento de conhecimentos. Muitas destas instituições oferecem de forma gratuita aos alunos, especialmente os dos primeiros períodos da graduação, as disciplinas em que há maior insuficiência de base. 

Não temos dúvidas da seriedade do trabalho que tem sido feito por muitas instituições particulares de ensino superior para mudar a vida destes milhares de brasileiros, bem como de sua importância no desenvolvimento econômico e social do país. Devolvemos à sociedade um indivíduo com formação acadêmica, preparado para uma vida profissional condigna. Nesse contexto, é justo que a sociedade cobre o ensino superior privado pela qualidade do aluno que conclui a graduação e recebe o diploma universitário. Não pela qualidade do aluno que estas instituições recebem do ensino médio.

As instituições de ensino superior privadas do nosso país não apenas contribuíram para a correção de uma lacuna histórica. Contribuem, também, para a inclusão social e ascensão profissional de uma grande parcela da população brasileira.

Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular.

Crédito:

Publicado no site da ABMES - Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior. 

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