3 de janeiro de 2011

Dilma já tem um abacaxi para descascar



Quem imagina que Lula deixou para Dilma uma estrada pavimentada para que ela percorra com tranquilidade os primeiros quilômetros do seu governo pode estar equivocado. No seu último dia como presidente da república, Lula  negou a extradição de Cesare Battisti pedida pela Itália.

O que a princípio poderia apenas causar apenas um mal estar diplomático nas relações entre Brasil e Itália, pode ganhar contornos diferentes. Países da União Européia, em solidariedade à Itália, ameaçam reagir contra a medida adotada pelo governo brasileiro.

Segundo informações de Eliane Cantanhêde, colunista da Folha, “o que mobiliza a Europa não é a decisão em si, mas o descumprimento de um acordo prévio entre os governos italiano e brasileiro para que a decisão do ex-presidente Lula não questionasse o Estado de Direito e as instituições da Itália. O acordo foi intermediado por Viegas diretamente com o próprio Lula. Apesar disso, o então presidente na última hora se baseou num parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) dizendo que Battisti poderia ser "submetido a agravamento de sua situação" em seu país”.

Ainda com base no que informa a citada colunista, como retaliação, o Parlamento italiano poderá negar a aprovação de um acordo de cooperação militar com o Brasil para a construção de navios e fragatas. Já o novo ministro da justiça José Eduardo Cardozo, Lula agiu em "consonância" com a decisão do Supremo Tribunal Federal e que não teme retaliações.

Na verdade é o primeiro abacaxi que Dilma terá que descascar por obra de um presente de grego dado na última hora a ela por Lula.

A novela Battisti que tinha o seu último capítulo previsto para os derradeiros dias de Lula no poder, deve continuar, com uma audiência em alta e com a inesperada entrada de novos atores.

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