22 de fevereiro de 2011

Plágio em pesquisa acarreta demissão de professor


O site Folha.com – Saber, links abaixo citados (1), revela o recente caso de professor, em regime de dedicação exclusiva, com mais de 15 anos de magistério, que foi demitido da Universidade de São Paulo (USP), por ele ter liderado pesquisa que plagiou trabalho de outros pesquisadores.
A reportagem fala que “O docente Andreimar Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, foi demitido por ser o principal autor da pesquisa, que copiou imagens de trabalhos de 2003 e 2006, sem creditá-las aos autores, da UFRJ (Federal do Rio). Outra pesquisadora teve o título de doutorado cassado. Era responsável pelas partes contestadas”.

Ainda segundo a Folha, o professor Andreimar Soares não concedeu entrevista após sua demissão (ver notas). Em novembro de 2009, ele enviou por e-mail à Folha algumas respostas sobre o caso, alegando que "Não houve plágio, mas lamentável erro de substituição de figuras pela minha ex-aluna de doutorado", disse. "Não houve má-fé e todas as medidas já estão sendo tomadas para a retratação deste grave erro junto à editora e à comunidade científica. A retratação já foi feita”.

As punições foram aplicadas pelo Reitor daquela Universidade, após a tramitação de um processo administrativo que durou mais de um ano, e que teve a recomendação de duas comissões.

Ainda segundo as fontes citadas, tanto o docente quanto a pesquisadora podem recorrer interna e judicialmente das decisões.

A ocorrência de plágio em trabalhos científicos não é incomum nos meios universitários, já tendo ocorrido vários casos que foram objeto de reportagens semelhantes. Todavia, o esse que relatamos acima se mostra peculiar, pela severa punição imposta a um professor de carreira.
Se o plágio não é novo, não resta dúvida de que a internet facilitou sobremaneira a sua prática, pois em qualquer parte do mundo é possível acessar dados e, em segundos, copiá-los com o uso do "CONTROL C (copiar) e CONTROL V (colar)".
Vinicio Carrilho Martinez, em texto que recomendamos aos nossos leitores, com o título “Plágio em trabalho universitário e o papel do professor" (2), destaca que essa tecnologia disponível deve merecer atenção especialmente daqueles que convivem nos meios acadêmicos, para que se estabeleça a exata a diferença entre "a livre divulgação das mensagens produzidas e o plágio”. Para tanto, ele afirma que “o saber, pode e deve ser apropriado por todas as pessoas”, porém “há uma distância abismal entre ‘democratizar a informação’ e o estelionato intelectual, entre a comunicação democrática e a falsidade intelectual”.
O citado articulista salienta, ainda, que “aquele que se baseia no modelo, em tese, não se furta à citação regular das fontes, até mesmo porque citar a fonte inspiradora, que deu origem ao ‘modelo e formato’ do trabalho, é uma das formas de se buscar ainda mais idoneidade e credibilidade ao que fora produzido e apresentado. O gesto da citação, além da honestidade intelectual e do valor moral, agrega valor intelectual e científico, uma vez que passamos a apresentar uma tese ou um modelo que muitos outros também endossam a procedência e a qualidade. Com a citação buscamos amparo e apoio em outros que, em tese, teriam mais experiência ou conhecimento do que nós, naquele momento”.

Nesse sentido, recomenda-se o maior cuidado na elaboração de qualquer trabalho científico, eis que além das punições de ordem administrativas, o ato de plagiar pode constituir crime, passível de punição pela nossa lei penal.
Desse modo, é conveniente que na elaboração de todo e qualquer trabalho acadêmico, o seu autor produza um texto de próprio. Para embasar suas conclusões, ele pode se louvar de opiniões de terceiros, dando, todavia, a eles os merecidos créditos (citação da fonte).

Na esfera interna de uma instituição de ensino, os plágios são normalmente punidos, podendo acarretar, como o foi o caso antes citado, na demissão de um docente. O aluno poderá ser expulso.

Em conclusão recomendamos que não acreditem nunca na definição de plágio e pesquisa que corre nos corredores das intituições de ensino  e que é atribuida a Wilson Mizner (3):

"Se você rouba idéias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa".


Fontes:
1- http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2002201101.htm

http://www1.folha.uol.com.br/saber/878368-usp-demite- professor- por-plagio-em-pesquisa.shtml

(2)-http://jus.uol.com.br/revista/texto/16692/plagio-em-trabalho- universitario-e-o-papel-do-educador

(3)- Wilson Mizner (Benicia, 17 de agosto de 1893 — Los Angeles, 3 de abril de 1933) foi um dramaturgo estadunidense - fonte Wikipédia livre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos seu comentário. Críticas serão sempre aceitas, desde que observado os padrões da ética e o correto uso da nossa língua portuguesa.

Já chegamos ao fundo do poço?

        A crise moral, política e financeira que se abateu sobre o nosso país não nos dá a certeza de que já chegamos ao fundo do poço....