6 de março de 2011

Cotas Raciais no Brasil





A questão da cotas raciais que foram criadas no Brasil para assegurar o direito de afrodescendentes a ter acesso às universidades públicas, já deveria ter sido objeto de postagem em nosso blog.

Todavia, por se tratar de um assunto polêmico, e passível de interpretações que não se coadunam com o nosso pensamento, hesitamos em postá-lo por diversas ocasiões.

Nossa breve introdução já dá ao leitor uma noção de que somos totalmente contra as cotas raciais e sociais, bem como a todas as chamadas "ações alternativas" como remédio paliativo a todo tipo de inclusão social.

Ao ler a revista Veja desta semana (Edição 2207 - n.10, 9 de março de 2011), sentimo-nos encorajado a escrever este post.

Pela clareza como o assunto é abordado, recomendamos que os nossos leitores leiam a entrevista concedida por Walter Williams, economista americano, sob o título "O mercado vence o racismo" (1).

Da longa exposição que aquele economista faz sobre o tema, destacamos o que ele fala sobre as ações afirmativas no Brasil, dentre as quais se destacam as chamadas cotas raciais.

Ao responder a questão:
"Num país como o Brasil, onde os negros não avançaram tanto quanto nos Estados Unidos, as ações afirmativas não fazem sentido?"
Walter Williams respondeu: 
"A melhor coisa que os brasileiros poderiam fazer é garantir educação de qualidade. Cotas raciais no Brasil, um país mais miscigenado que os Estados Unidos, são um despropósito. Além disso, forçam uma identificação racial que não faz parte da cultura brasileira. Forçar classificações raciais é um mau caminho. A Fundação Ford é a grande promotora de ações afirmativas por partir da premissa errada de que a realidade desfavorável aos negros é fruto da discriminação. Ninguém desconhece que houve discriminação pesada no passado e há ainda, embora tremendamente atenuada. Mas nem tudo é fruto de discriminação. O fato de que apenas 30% das crianças negras moram em casas com um pai e uma mãe é um problema, mas não resulta da discriminação. A diferença de desempenho acadêmico entre negros e brancos é dramática, mas não vem da discriminação. O baixo número de físicos, químicos ou estatísticos negros nos Estados Unidos não resulta da discriminação, mas da má formação acadêmica, que, por sua vez, também não é produto da discriminação racial".
Acho que não precisamos falar mais nada, pois a melhor política afirmativa é oferecer a todos os brasileiros uma educação de qualidade, em respeito ao primado constitucional de que todos são iguais perante a lei, independentemente das diferenças existentes entre homens e mulheres; brancos, negros e índios,etc.

Concluímos com a célebre frase de Rui Barbosa sobre a igualdade:
"A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real".

Notas:

(1)http://veja.abril.com.br/090311/entrevista-mercado-vence-racismo-p-011.shtml

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