25 de abril de 2011

PRECISAMOS FORMAR CÃES-GUIAS




Precisamos divulgar e ajudar essa bela iniciativa.

Treinar um cão-guia para acompanhar e dar mais autonomia a um deficiente visual custa em torno de R$ 30 mil. O treinamento de cada cão, o que inclui a adaptação ao futuro dono, toma dois anos. O cão é acompanhado desde os 45 dias de vida até os dois anos de idade. Já o processo de adaptação com o deficiente visual leva de quatro a cinco semanas.
No país, existem cerca de 70 cães-guias devidamente treinados. Graças ao apoio de voluntários e de doações de pessoas físicas, órgãos governamentais e empresas, desde 2006 a Escola Helen Keller entregou quatro cães-guias. Neste ano, em junho, fará a entrega de mais dois. Além deles, outros 10 cães passam por processo de avaliação e treinamento.
Na fila, mais de mil deficientes visuais aguardam por um cão-guia no Brasil.

O cão certo ao lado da pessoa certa.
A Escola Helen Keller de Cães-Guias é uma entidade filantrópica e a primeira da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão-Guia, sediada na Inglaterra. Localizada no Balneário Camboriú (SC), foi criada em 1996 e, desde então, já treinou e entregou 18 cães.

Fabiano Pereira, instrutor da Helen Keller é um dos únicos três brasileiros formados através da escola em instituições profissionais de cães-guias, as quais só existem no exterior. Ele estudou na Austrália, na escola Seda (Seeing Eye Dogs), onde o tempo médio de formação para um profissional é de quatro anos: dois para ser treinador e mais dois para ser instrutor.

Para que um deficiente visual receba um cão-guia, não basta o treinamento. O instrutor conta que “é preciso fazer uma escolha criteriosa para colocar o cão certo ao lado da pessoa certa e isso implica inúmeros fatores, como tipo físico e comportamento, por exemplo”.

Outra questão muito importante é a colaboração de voluntários, chamados de “voluntários socializadores”. São pessoas que, após orientações, cedem suas próprias casas para que o cão-guia se adapte ao meio ambiente antes de ser preparado e doado ao seu futuro dono. Pereira relata que “os cães precisam se sentir em casa, em um ambiente domiciliar. Para isso, eles recebem tratamento especial e essa é uma parte muito importante do processo”.

A Escola Helen Keller realiza acompanhamento permanente dos cães que forma e, se essa atenção é fundamental, ela também é fator restritivo para a sua atuação. Faltam recursos para a entidade manter atendimento em outros Estados.

Centro de Treinamento

A meta principal da escola é construir um Centro de Treinamento e multiplicar instrutores capacitados para atender deficientes visuais não só em Santa Catarina, mas em todo o Brasil.

A prefeitura de Balneário Camboriú doou um terreno, com concessão por 20 anos, para a construção do centro. O custo do projeto está estimado em R$ 1 milhão, incluindo área de treinamento, área de socialização e adaptação, espaço administrativo, consultórios para veterinários, psicólogos etc.

“O primeiro passo foi dado. Agora, fazemos um apelo às pessoas de todo o País que nos ajudem a fazer a construção para, dessa forma, ampliar a assistência aos deficientes visuais”, diz Pereira.

Os jogadores Marquinhos e Renan, do time do Avaí, já fizeram a sua parte: doaram camisetas autografadas, que serão leiloadas pela escola para arrecadação de fundos.

Quem mais quiser contribuir, pode participar com doação em dinheiro, materiais de construção, produtos veterinários, ou trabalhos voluntários. Informações sobre as diferentes formas de doação estão detalhadas no site www.caoguia.org.br . Há também um convênio com a Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina, para quem é do Estado incluir o débito da doação direto na conta de luz.

Em São Paulo, o governo do Estado anunciou na quarta-feira, 20 de abril, o decreto que cria o Programa do Cão-Guia e a construção do Centro de Referência de Estudos do Cão-Guia. Segundo a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, os deficientes visuais são cerca de três milhões no Estado de São Paulo e mais de 16 milhões no País.

Nota deste blog

Ser cidadão é participar. Vamos divulgar e contribuir.

Fonte:
Matéria da jornalista Lucila Cano, publicada no site Uol Educação

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