23 de maio de 2011

COMO CAÇAR PLAGIADORES DE TRABALHOS ACADÊMICOS




Aos nossos leitores (professores) que a cada ano são obrigados a orientar trabalhos acadêmicos produzidos por seus alunos, reproduzimos interessante matéria sobre o assunto e a indicação da tecnologia disponível para caçar plagiadores.

A indicação da fonte das matérias está no final de cada uma delas.


Fraude descoberta: Karl-Theodor zu Guttenberg

Estudantes, doutorandos e doutores: os ativistas digitais tentam identificar fraudes em teses de doutorado. A caçada já derrubou um ministro alemão da Defesa – o que seria só a ponta do iceberg, garante um investigador.

Teses de doutorado plagiadas colocaram personalidades relativamente importantes na Alemanha no centro de escândalos. A fraude cometida por Karl-Theodor zu Guttenberg, ex-ministro alemão da Defesa, e as acusações contra Silvana Koch-Mehrin, nome importante do Partido Liberal alemão (FDP), e contra Veronica Sass, filha do ex-governador da Baviera, Edmund Stoiber, dominam o noticiário nas últimas semanas no país.

A descoberta de fraude só foi possível devido ao trabalho importante dos chamados "caçadores de plágio" na internet. Páginas como Plagipedi, GuttenPlag ou VroniPlag se uniram para pesquisar possíveis teses de doutorado irregulares.

A lista dos alvos em potencial dos caçadores de plágio é longa: mais de 200 teses de doutorado foram submetidas a uma verificação pelo fórum do portal online PlagiPedi. Entre eles estão o trabalho da chanceler federal alemã, Angela Merkel, do ex-chanceler federal Helmut Kohl, e do presidente do Deutsche Bank, Josef Ackermann. Veronica Sass e o pai, Edmund Stoiber

Trabalho anônimo

Não se sabe exatamente quem são os responsáveis por essa caçada virtual. A maioria trabalha com pseudônimos. Dr. Martin Klicken, por exemplo, – ele não revela o seu nome verdadeiro – é o encarregado da comunicação com a imprensa e responde às solicitações por escrito. Segundo o próprio caçador de plágios, ele tem doutorado em Engenharia, é do norte alemão e planeja uma carreira científica.

"Infelizmente, uma pessoa que aponta essas inconveniências fica conhecida, em muitas áreas, como traidora. Enquanto isso não mudar, eu não vejo por que eu deva colocar, por exemplo, minha carreira como professor em instituição superior em jogo. Um pseudônimo oferece uma proteção consciente", alega.

Assim como Dr. Martin Klicken, mais de mil voluntários participaram do trabalho de verificação da tese de doutorado do ex-ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg. Em poucos dias, eles documentaram numerosas citações não indicadas presentes no texto de Guttenberg.

A cooperação está aberta a todos. Os resultados são controlados por vários voluntários. Uma ferramenta importante é site de buscas Google: partes suspeitas podem ser inseridas e comparadas com outros textos, caso a citação não tenha sido indicada.

A maior parte dos voluntários, acredita-se, é do ramo acadêmico: estudantes, doutorandos, doutores. Pessoas que, como Dr. Klicken, se irritam com a aquisição fraudulenta e, consequentemente, com a desvalorização do título de doutor.

Acusação de plágio: Silvana Koch-Mehrin, do FDPTrabalho profissional

Investigadores profissionais de plágio, como o cientista em comunicação Stefan Weber, saúdam o trabalho dos ativistas digitais: "É um importante corretivo para as falhas que as universidades cometeram nos últimos anos." Segundo Weber, não houve um controle preciso sobre o plágio. "De repente, isso é feito por um grupo na internet com uma meticulosidade que uma única pessoa não consegue fazer, e isso eu acho muito positivo".

Há anos, o investigador se ocupa em verificar textos plagiados em teses de doutorado a cargo de universidades e empregadores. As fraudes conhecidas até o momento são apenas a ponta do iceberg, comenta Weber. "O verdadeiro escândalo é que anualmente existem, muito provavelmente, dezenas – se não centenas – de casos de plágio".

Ainda assim, a culpa não é apenas daqueles que executam a fraude, acredita Weber. Também há algo de errado com os professores. "Esses são professores que, em algum momento, envelhecem e se cansam, de forma que passam a ler o trabalho de maneira menos exata, e fazem uma avaliação mais superficial."

Em alguns casos, a preguiça acaba sendo um atributo extra desses professores. "Um terceiro fator é a deficiente competência técnica. Trata-se, quase sempre, de professores mais velhos que não sabem trabalhar com internet, Google, web 2.0", acrescenta o investigador. Desta maneira, teses plagiadas, reescritas ou copiadas da internet deixam de ser identificadas como fraude.

Weber sugere novas medidas para garantir a qualidade nas universidades: a apresentação digital de trabalhos acadêmicos, a submissão a avaliadores externos ou a introdução de um encarregado de integridade acadêmica na universidade.

Os caçadores digitais de plágio também fazem as mesmas sugestões. Casos de plágio como o de Guttenberg e companhia ameaçam a credibilidade do título alemão de doutorado, assim como a confiabilidade do sistema universitário alemão.

Autor: Nils Naumann (np)

Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte:



Leia mais:

Em finais de semestres letivos, o professor sofre pressão de tempo para correção de TCCs, monografias e trabalhos acadêmicos em geral. E, em alguns casos, fica com dúvida se houve plágio. A equipe do ProfessorNews avaliou alguns detectores de plágios para ajudar o professor nessa tarefa. Dentre os softwares avaliados, a relação custo-benefício pesou bastante a favor do software Plagius -- Detector de Plágios Personal 2.0.6 (adquirido pelo ProfessorNews por vias normais). Testamos documentos com até 30 páginas, em vários formatos (Word, PDF, HTML etc.), e esse software cumpriu em poucos minutos o que prometia. Analisamos os seguintes softwares:

- Plagius -- Detector de Plágios Personal 2.0.6

- CopyCat 0.1

- Farejador On-Line

A seguir, descrevemos as principais características de cada software analisado.

Plagius - Detector de Plágios Personal 2.0.6

Analisa documentos em formatos Word, PDF, OpenOffice, HTML, Texto plano e apresenta relatórios de conjuntos de palavras pesquisadas, mostrando a frequência das ocorrências na internet e os respectivos endereços eletrônicos. A versão 2.0 pode ser baixada gratuitamente para teste, mas tem performance limitada (o documento-fonte pode conter, no máximo, 500 palavras).

Custo: R$ 28,90 (pagamento único, com direito a suporte por 12 meses)

http://www.plagius.com/

CopyCat 0.1

Compara dois documentos buscando sinais de plágio entre eles. O professor precisa ter o documento-fonte e o documento-alvo em formato eletrônico para serem comparados.

Custo: grátis

http://www.superdownloads.com.br/download/74/copycat-kurtis-chiappone/

Farejador On-Line

O site Farejador On-Line oferece serviço de detecção de possíveis plágios em trechos de textos. O professor precisa enviar os textos para o site e aguardar o retorno da análise. Não foi possível testar os serviços, pois o site de teste estava fora do ar.

Custo: plano mensal de R$ 20,00 (verificação única = R$ 10,00)

http://www.farejadordeplagios.com.br

21/5/2011 21:00:00 Publicado por Editor ProfessorNews Categoria Notícia

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