18 de julho de 2011

Projeto de lei quer permitir que universidades contratem professores sem pós-graduação




A notícia que abaixo reproduzimos (Uol Educação) nos mostra bem como anda a educação brasileira. Um projeto de lei, em discussão no Congresso Nacional, quer autorizar que docentes que não possuam diploma de pós-graduação possam lecionar nas instituições públicas e privadas.

Pela leitura que fizemos da notícia, fica evidente que a os nossos legisladores entendem como pos-graduados apenas os mestres e doutores. Esquecem-se, todavia, que os especialistas (concluintes da chamada pós-graduação lato sensu), já são hoje autorizados a lecionar.

A nosso ver, nem os nossos parlamentares e nem o Ministério da Educação, colocam em discussão o que é mais importante: formatar os cursos de pós-graduação, especialmente os mestrados e doutorados, de sorte a formar docentes, o que não acontece hoje.
Vejam a notícia:

Um projeto de lei que autoriza as instituições de ensino superior públicas e privadas a contratar docentes que não possuem diploma de pós-graduação tramita no Senado Federal e está pronto para ser votado no plenário da Casa.

Se aprovado, o projeto nº 220, de 2010, de autoria da Comissão de Serviços de Infraestrutura, altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e permite que professores que possuem apenas a graduação possam lecionar, por tempo determinado, desde que comprovem experiência profissional.

Atualmente, a LDB diz que, para o exercício do magistério superior, os professores precisam estar preparados em nível de pós-graduação realizada por meio de programas de mestrado e doutorado.

De acordo com o relator do projeto, senador Paulo Bauer (PSDB-SC), a escassez de professores pós-graduados é preocupante, pois compromete severamente o desenvolvimento do país. “Daí vem a necessidade de recebermos aqueles profissionais cuja experiência é mais do que suficiente para ensinar, mas que nunca tiveram chance e tempo para obter uma licenciatura justamente porquê estavam se formando no dia-a-dia de suas profissões”, disse o senador em seu parecer.

O parlamentar afirma, ainda, que é muito importante ter pessoas com capacidade técnica ensinando as novas gerações, pois há uma carência comprovada de professores para determinados setores estratégicos.

"Anos 50"

Para o vice-diretor da Escola Politécnica da USP, José Roberto Castilho Piqueira, a mudança proposta remete o país aos anos 50 ao desobrigar da titulação os professores dos cursos de tecnologia e engenharia. “Antes as escolas enviavam seus professores ao exterior para obter qualificação e quando retornavam ao país, propagavam aqui o conhecimento adquirido.

 A proposta não atende ao que a sociedade precisa. É dirigida na contra mão do desenvolvimento”, afirma o vice-diretor.
 
O ministro Fernando Haddad já se declarou contra o projeto. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff também já se manifestou contrária. Caso o projeto seja aprovado no Senado, segue para a Câmara dos Deputados.

Fonte:

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