13 de outubro de 2011

AS MARCHAS CONTRA A CORRUPÇÃO NO BRASIL NÃO MARCHAM

Marcha anticorrupção reúne 20 mil pessoas em Brasília; veja imagens





Mais uma vez a sociedade brasileira foi convocada para participar de marchas contra a corrupção e a impunidade que foram realizadas em algumas capitais e cidades do país. Outra vez o reduzido número de pessoas demonstra que o povo brasileiro não é politizado e não participa de qualquer movimento tendente a exigir uma nova postura de nossa classe política.

Segundo o que foi veiculado pela imprensa, a marcha de Brasília teve cerca de 20.000 pessoas; São Paulo pouco mais de 3.000; Rio de Janeiro 2.500; Santos  apenas 60, Florianópolis 300; Belo Horizonte 200; Goiania 2.500; Recife  e Salvador 150; Curitiba e Fotaleza 500; Porto Alegre só 50; e nas demais capitais e outras cidades do país não houve manifestações.

Apesar de ter obtido o maior número de participantes, Brasília, DF, teve participação menor do que na primeira manifestação que realizou com o mesmo objetivo. No dia 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, cerca de 25 mil pessoas participaram da Marcha contra a Corrupção na Esplanada dos Ministérios, organizada por meio da internet. O mesmo ocorreu em outras cidades quando a lógica deveria ser outra!

Ao contrário de outros países, onde a forma tradicional como a política vem sendo feita está mudando, especialmente em face das novas tecnologias, que hoje voltam a colocar o cidadão no papel de protagonista das decisões que afetem a sua cidadania, no Brasil esse não parece ser um caminho que será perseguido.

Segundo o Jornal do Comércio, entre os anos de 1983 e 1984,  mais de 1,5 milhão de pessoas se uniram no movimento Diretas Já, que buscava a volta das eleições presidenciais diretas no País, depois de 30 anos sob a ditadura. Mais recentemente, quem não lembra do movimento dos caras pintadas, quando a população foi às ruas em 1992 pedir o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, acusado de corrupção.

Hoje, nem mesmo com a força da internet,  o movimento que tenta extirpar o câncer da corrupção e da impunidade do país não decola, sendo inexpressiva a participação dos cidadãos brasileiros.

Será preciso criar movimentos de politização do povo brasileiro a exemplo da "Campanha de Politização do Povo Brasileiro" já desencadeada nas páginas do Facebook, bem como maior divulgação das organizações que trabalham contra a corrupção e a impunidade.

Dentre as já existentes, podemos citar a ABRACCI - Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade -, que é uma rede de organizações engajadas com a missão de “contribuir para a construção de uma cultura de não corrupção e impunidade no Brasil por meio do estímulo e da articulação de ações de instituições e iniciativas com vistas a uma sociedade justa, democrática e solidária.”

A ABRACCI foi criada em janeiro de 2009 durante as atividades do Fórum Social Mundial com o apoio da Transparência Internacional. Hoje são dezenas de entidades integradas na luta contra a corrupção e a impunidade no Brasil, e na promoção de uma cultura de transparência e integridade.

Outra que se destaca é a "Transparência Brasil" que é uma organização independente e autônoma, fundada em abril de 2000 por um grupo de indivíduos e organizações não-governamentais comprometidos com o combate à corrupção.

Há ainda a Rede Nossa São Paulo, criada inicialmente em 2007 com o nome Rede Nossa São Paulo.

Mas é pouco.

Precisamos que cada  cidadão brasileiro se conscientizes de que estamos a beira de um grande abismo, dê o seu alerta e procure usar ao máximo a força do seu diálogo e os instrumentos hoje disponíveis com as novas tecnologias, para que possamos juntos mudar esse cenário.

É preciso e urgente.

Que cada um assuma o seu papel na história do nosso país, participando ativamente de todos os movimentos que os convoquem.

Nossa história  política  precisa ser reconstruída a partir de hoje, pois o amanhã será tarde demais.

A política do "pão e circo" utilizada pelo povo romano tem afinidade com a realidade brasileira e consiste em uma forma criada para ocupar o povo por meio da distração. Por meio dela é possível fazer o povo se distrair e mantê-lo ocupado, de maneira a não irem atrás de provocar revoltas e atividades de desordem, resultando em um procedimento simples e fácil de ser alcançado.


O pão e circo dos romanos é hoje representado no Brasil pelo futebol e o carnaval, embora existam outras formas que também atingem a massa com o mesmo objetivo- distração - telenovelas, internet, loterias, bolsa família etc.


So podemos encerrar o presente com Martin Luther King :



Notas:

Facebook - Campanha de Politização do Povo Brasileiro

 


Um comentário:

  1. Bom dia senhor Benedito,
    Concordo plenamente com algumas questões levantadas referente ao pão e circo que são oferecidos ao povo brasileiro. Porém, espero que tenha o pleno conhecimento de uma política pública embora que ainda de certa forma é focalizada, fraguementada como no caso do Programa Bolsa Família, antes de se afirmar e comparar a põ e circo. Que nossa população necessita sim de empregos isto, é sem dúvida fundamental mas, não podemos negar a pobreza existente, a falta de conhecimento que não seria apenas o emprego garantido fosse mudar essa situação. O programa é sim emergencial mas acreito que, a partir de uma sociedade organizada pode-se reverter esse quadro. Abraços Fraternos
    Prisicla Moreno

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        A crise moral, política e financeira que se abateu sobre o nosso país não nos dá a certeza de que já chegamos ao fundo do poço....