30 de outubro de 2011

Tapa na bunda educa?



crédito dessa imagem - unsentmsgs.blogspot.com


Cresci numa época em que tudo o que é hoje proibido em termos de educação de uma criança era permitido. O castigo físico, evidentemente moderado, não era apenas técnica adotada pelos pais, mas como também pelos professores. Nunca ouvi dizer que tais castigos, por mais duros que fossem, tenham deixado qualquer sequela, seja física ou psicológica, em qualquer criança, hoje classificadas como vítimas.


A metodologia de educar crianças com o uso de castigos corporais está no rol de assuntos em discussão em nosso país, especialmente pelo fato de tramitar em nosso Congresso Nacional um projeto de lei (n. 7672/2010) que se denomina “Lei das Palmadas”. Tal projeto tem por objetivo acrescentar um artigo no Estatuto das Crianças e do Adolescente, garantindo o direito a uma educação e cuidados sem o uso de castigos corporais ou tratamento cruel e degradante.


Se você leitor tem interesse no assunto, recomendamos a leitura de um livro recém lançado pela Editora Matrix, 174 pgs, escrito pela terapeuta infantil Denise Dias, cujo título é bastante sugestivo: “Tapa na Bunda - Como Impor Limites e Estabelecer um Relacionamento Sadio com as Crianças em Tempos Politicamente Corretos"


Trata-se de um assunto controvertido dividindo a opinião de educadores, médicos pediatras e psicólogos. Como regra, aqueles pertencentes à nova geração são, na sua maioria, contra o uso de castigos corporais na educação de uma criança. Os mais velhos nem tanto.


O debate continuará acalorado e certamente não se chegará a um consenso. Prova isso, a notícia recentemente veiculada na Folha, na qual o autora do livro “Tapa na bunda (...)”, afirma que foi obrigada a registrar um boletim de ocorrência após receber ameaças em redes sociais. "Sob anonimato, passaram a me ameaçar de surra e de me pegar na rua", diz ela, que mora em Ribeirão Preto.


Em rápida pesquisa que realizamos encontramos uma voz que exprime de maneira científica o que pensamos sobre o assunto. 


Patrice Huerre, médico-chefe do serviço de psiquiatria da criança e do adolescente no hospital de Antony Hauts-de-Seine, região parisiense). “Uma punição ocorre para sinalizar o fato de que os limites foram ultrapassados; em relação a isso, um bom número de profissionais da medicina, entre os quais eu me incluo, está empenhado em lembrar aos pais de que em caso de transgressão da autoridade eles têm o direito e o dever de castigar os seus filhos”, diz.


Contudo, aquilo que pode parecer uma evidência está provocando asco numa geração inteira de pais que estão escaldados pelo autoritarismo dos seus próprios genitores, ou que estão tentados a acreditar que uma criança amada é naturalmente boa. O fato de puni-la evidencia então os erros da sua própria educação e gera neles um sentimento de fracasso e de culpa.


“Muitos foram aqueles que acreditaram que ao empenharem muito amor e ao oferecerem explicações, passaria a ser possível controlar certos instintos das crianças”, explica Didier Pleux, um psicólogo clínico. “Mas, desta forma, em vez de desenvolver neles o sentimento do outro, eles desenvolveram o seu egocentrismo”.


Encerramos com a célebre frase de Cesare De La Roca:

“Quando a criança e o adolescente se tornam uma ameaça, é sinal de que esta sociedade atravessa uma profunda decadência”. 

E você caro leitor o que pensa sobre o assunto? Comente.


Fonte:

http://maternidadeafins.wordpress.com/category/educar-sem-palmadas/



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos seu comentário. Críticas serão sempre aceitas, desde que observado os padrões da ética e o correto uso da nossa língua portuguesa.

Já chegamos ao fundo do poço?

        A crise moral, política e financeira que se abateu sobre o nosso país não nos dá a certeza de que já chegamos ao fundo do poço....