A recente desistência de Martha Suplicy de concorrer nas eleições municipais do próximo ano, após “concordar” com os apelos que recebeu dos dois maiores caciques do seu partido (PT), Lula da Silva e Dilma, coloca o Ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT.
Martha perdeu as duas últimas eleições que disputou: em 2004 para José Serra e em 2008 para Gilberto Kassab. Concorrer novamente seria uma temeridade e poderia retardar ainda mais o sonho do PT de conquistar um reduto político (Estado de São Paulo) onde ainda reina soberanamente o PSDB.
Em busca dessa pretensão, o PT muda totalmente de estratégia ao lançar um candidato com perfil totalmente diferente. Fernando Haddad é acadêmico, professor da Universidade de São Paulo e Ministro de Educação, cargo que exerce desde 2005, no primeiro mandato do ex-presidente Lula da Silva.
A aposta do PT é ainda uma incógnita. Fernando Haddad teria chances reais de vencer as eleições para governar a maior cidade do Brasil?
Estamos certos que até mesmo os mais experientes analistas políticos teriam receio de responder agora essa questão. Várias são as circunstâncias que pesam sobre o cenário político onde o Ministro Haddad deverá fazer sua estréia como candidato.
A primeira delas é a força já demonstrada pelo PSDB no Estado de São Paulo.
José Serra poderá ser o candidato dos tucanos. Apesar de aparentemente já ter demonstrado não mais possuir condições de alçar vôos maiores no campo político, não resta qualquer dúvida que para o cargo de prefeito de São Paulo, Serra é um fortíssimo candidato.
Ainda no PSDB fala-se que se Serra não aceitar, Andrea Matarazzo e Bruno Covas, ambos Secretários de Estado do governador Alckmin (Cultura e Meio Ambiente, respectivamente), podem ser os candidatos do partido (PSDB).
Se qualquer um deles for escolhido, a missão do PT será sem dúvida facilitada. Aposto já em Haddad, não por ele em si, mas pela força do seu partido.
A segunda, de igual relevância, é que o PT não terá ao seu lado, nas eleições municipais em São Paulo, o seu maior aliado político dos últimos tempos: o PMDB, que deverá lançar candidato próprio. Até agora o nome escolhido e o de Gabriel Chalita, que conta com o irrestrito apoio do vice-presidente, Michel Temer. Chalita, hoje deputado federal, tem o mesmo perfil que Haddad, um acadêmico.
Chalita deverá atrapalhar muito as pretensões do PT. É, também, um forte candidato.
Os demais partidos políticos também devem lançar candidatos: O novo PSD, do atual prefeito Gilberto Kassab, pode lançar Guilherme Afif Domingos, vice-governador do Estado; o PC do B, o cantor e vereador Netinho; O PTB, o atual presidente da OAB, Luiz Flávio Borges D’ Urso; o PRB, Celso Russomano; o PV, Eduardo Jorge; o DEM, Rodrigo Garcia, atual Secretário do Estado do governo Alckmin e, finalmente, como não poderia deixar de ser, o PP, com o sempre candidato, Paulo Maluf.
Tais candidatos a nosso ver serão meros coadjuvantes no processo. Não terá, nenhum deles, qualquer chance de disputar caso Haddad, Serra e Chalita venham participar.
Como se verifica não falta candidatos a candidato para as eleições ao cargo de prefeito de São Paulo.
Diante desse cenário, ousamos fazer um prognóstico, levando em conta o perfil do eleitorado paulistano:
1. Com Serra participando do processo, dificilmente Haddad, Chalita e/ou qualquer outro candidato, poderá ter chance de derrotá-lo;
2. Sem a participação de Serra, a disputa ficará centrada entre Haddad e Chalita. Haddad, pela sua atuação no Ministério da Educação e, consequentemente grande visibilidade obtida na mídia, começa com alguma vantagem. Por outro lado, e de igual forma, os sucessivos problemas ocorridos na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), podem atrapalhar a pretensão do candidato do PT.
Resta saber se o partido de Chalita (PMDB), parceiro inseparável do PT na esfera federal, deixará que esse aspecto negativo do atual Ministro da Educação seja explorado nas eleições de 2012.
O PSDB e os demais partidos, certamente já começaram a recolher material relativamente ao ENEM para explorar nos seus programas políticos.
A disputa já começou e "briga" deve ser grande.
E você leitor, já aposta em algum candidato?
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