
Crédito Imagem - envolverde.com.br
O artigo que
reproduzimos “O custo do ensino superior”, publicado no Boletim da ABMES - Associação
Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, traz para debate um assunto extremamente
polêmico - a privatização do ensino superior no Brasil.
Vale a pena
ler o artigo de autoria de Ademar Batista Pereira, presidente do Sinepe do
Estado do Paraná.
Vamos ao
artigo:
Com um investimento de quase R$ 18 mil
por aluno/ano, o Paraná tem o menor custo do ensino superior se comparado com
outros estados brasileiros. Esse valor representa uma média de R$ 1,5 mil por
mês e torna-se relativo ao compararmos com a mensalidade das grandes
universidades particulares do estado em que a média é de R$1 mil.
Enquanto nas instituições particulares o
valor de mensalidade é faturamento, no Estado é custo – sem considerar que as
instituições particulares pagam os impostos sobre as mensalidades e ainda obtém
o lucro por serem empresas privadas. Fazendo uma conta simples, caso o Paraná
resolvesse privatizar suas universidades, pagando para todos os seus alunos
estudarem nas particulares, economizaria R$ 400 milhões por ano.
Em outros estados, o custo por aluno
chega a ser três a quatro vezes maior que no Paraná. Para se ter uma ideia,
seis estados juntos (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e
Ceará), gastam R$12 bilhões/ano para 348 mil alunos com um custo de R$34,5 mil
por aluno, quase R$3 mil por aluno/mês. Para fazer uma conta mais precisa,
teríamos que calcular ainda os inúmeros investimentos constantes como
estabilidade de funcionários, reparos nos edifícios, tecnologia e a própria
estrutura da secretaria que responde pelas universidades.
Por que o custo das públicas é tão
superior ao das particulares? Os defensores da universidade gratuita argumentam
que somente as públicas investem em pesquisa, no entanto, se o Paraná
terceirizasse o ensino superior, existiria uma verba de R$ 400 milhões/ano para
pesquisa e, se somente os seis estados citados aderissem ao modelo,
ultrapassaria R$ 8 bilhões/ano.
A terceirização integral do ensino
superior ainda não está sendo praticada pelo mundo, porém o formato brasileiro
é muito diferente dos modelos de sucesso que encontramos além-mar. O Estados
Unidos, por exemplo, não conta com ensino superior gratuito e os alunos que não
tem condições de pagar recebem bolsas. Na maioria da Europa também – gratuita é
a educação básica e, mesmo assim, a escola particular tem espaço e acesso a
recursos públicos em parceria com o governo.
É claro que o problema do nosso modelo
brasileiro não está apenas no ensino superior e isto é visível anualmente
quando os alunos das escolas particulares são sempre os melhores classificados nos vestibulares das
universidades estaduais e federais. Apesar da boa intenção das cotas e das
políticas de inclusão, o ensino superior “gratuito” continua sendo destinado
para os melhores alunos da educação básica da escola particular brasileira.
Postado em Economia, Ensino Superior Particular, Gestão
Educacional, Notícias
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