12 de setembro de 2010

O futuro da história do presente

Ao ler o texto de Diego Braga Norte – História Digital -, por meio do qual ele afirma que a história do futuro está sendo escrita hoje, existindo em cada momento da atualidade “milhões de pessoas blogando, tuitando, subindo vídeos para a internet, produzindo conteúdo e história”, passamos a refletir se os historiadores e antropólogos do futuro serão capazes de interpretar tudo o que estamos produzindo digitalmente. Nossa inquietação tem relação como o que aconteceu com as algumas das civilizações que nos antecederam, e que não foram capazes de atingir uma cultura tão desenvolvida a ponto de criar um código escrito que permitissem relatar os seus feitos para a posteridade.

Nesse sentido, registros históricos nos relatam que o Vale do Rio Indo (2600 a 1800 antes da Era Cristã) é uma região que se estende por mais de dois mil quilômetros, em território que hoje pertence ao Paquistão. Há cerca de 4 mil anos, essa região era ocupada por um povo que, a se considerar a qualidade de suas construções, era extremamente organizado e hábil, dotado de grande capacidade de planejamento. Sobre essa civilização, muito pouca coisa se sabe, apesar de vestígios que eles possuíam uma escrita que, todavia, permanece indecifrada até hoje.

A nossa dúvida é em parte respondida por iniciativas que têm por objetivo preservar para a posteridade a história atual. Cientistas se reuniram na Suíça para guardar uma 'capsula do tempo' que contém um código especial, batizado de 'genoma digital'. Esses códigos servirão para que no futuro, as próximas gerações, possam ler os arquivos contidos em CDs e outras mídias, que até lá terão seus formatos extintos. O 'esconderijo' está localizado nos Alpes suíços, em um sistema complexo de túneis subterrâneos e de localização ultra secreta. A caixa selada contém chaves para decifrar qualquer formato digital extinto, e ficará enterrada por pelo menos 25 anos, em um local forte o suficiente para resistir até ataques nucleares. O projeto, chamado de 'Planets', começou há quatro anos e teve o apoio de 16 bibliotecas, instituições de pesquisa e arquivos europeus, com o intuito de preservar os dados digitais ativos existentes hoje no planeta, afim de não se perderem com o ritmo acelerado da evolução dos hardwares e softwares .

A digitalização de documentos importantes, cujo volume demandaria espaços cada vez mais inexistentes para a sua guarda, e as medidas preventivas adotadas de sorte a garantir por meio de ferramentas eficazes que garantam que elas não se apaguem ou de cópias, que na linguagem computacional convencionou-se chamar de backup, ainda não são na visão dos especialistas meios absolutamente seguros para que a nossa história seja preservada.

Dessa forma, o velho papel ainda deve permanecer como o meio mais seguro de passar para as futuras gerações o nosso presente e a nossa história.

Que venha o futuro, e que sejamos saudados por muitas e muitas civilizações por aquilo que iremos produzir.

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NOTAS:

http://www.profissaojornalista.com/2010/05/era-digital-tentando-vencer-as-acoes-do.html

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