18 de fevereiro de 2011

A dama da sociedade e o "juiz calhorda"


Charge de Gerson Kauer




A história é contada por Sérgio Souza de Araújo, ex-escrivão da 7ª Vara Cível de Porto Alegre.
Certa dama da então chamada "high-society" portoalegrense tinha que entregar um bem penhorado, para o qual fora nomeada depositária, em ação movida contra seu filho.
Intimada a fazê-lo, a dama ignorou a decisão judicial.
Decretada sua prisão civil por 30 dias, um oficial de justiça do Foro de Porto Alegre dirigiu-se ao endereço da "lady", em rua nobre da cidade. Foi atendido no portão da casa, sem permissão para que adentrasse ao pátio, onde havia dois cães. Após dar ciência da ordem à intimanda, o servidor passou a ouvir impropérios, devidamente certificados nos autos:
"Após dar ciência sobre o conteúdo do mandado, foi-me perguntado: com quem que você pensa que está falando, eu sou a ´fulana de tal´, e quem é que esse juiz calhorda que assinou este papelucho pensa que é?…Não vou entregar coisa nenhuma! A seguir este oficial teve que se retirar, ao ser ameaçado de que me seriam colocados os cachorros em cima" – lia-se, inteiramente, na certidão lavrada no verso do mandado devolvido.
A infiel depositária, em desdobramento posterior, acabou condenada e presa por mais 30 dias.
No "serpentário" do foro, o magistrado - atualmente aposentado - ofendido indiretamente pela dama era - muitas vezes - gozado por colegas:
- Bom dia, douto colega calhorda!...

Nota deste bloguista:
Ficou presa 30 dias, mas chamou o juiz de calhorda!!!

Fonte:
espcovital.com.br


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