Um artigo sob o título “pão-durismo e sovinice”, publicado (23 de março de 2011) no site do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (SIMPRO-SP), coluna “Opinião da Diretoria”, reflete bem a desvalorização do papel do professor dentro do contexto da educação brasileira.
Diante disso, é a pergunta de uma professora e a sua reflexão sobre o tema:
Segue o artigo que por si só confirma as assertivas acima.
A sucessão de fatos como o acima relatado servem para desvalorizar ainda mais o papel que o professor hoje representa dentro da sociedade, colocando em risco a qualidade do ensino brasileiro. Pão-durismo e sovinice
Houve um erro na informação sobre o reajuste salarial dos professores da educação básica. Ao invés de 7,43%, o percentual correto é 7,42%. O equivoco foi apontado pelo sindicato das escolas (SIEEESP) e decorreu do simples arredondamento da média dos índices que foram levados em conta para o cálculo do reajuste. A diferença, no entanto, é absolutamente marginal: ela representa um centésimo de R$ 1,00. É tão pequena que é difícil até mesmo de ser calculada...
Apesar disso, algumas escolas que se basearam na informação anterior para fazer sua folha de pagamento estão procurando o SINPRO-SP indagando sobre como fazer para descontar dos professores aquilo que seria pago a mais no salário de março.
Isso quer dizer que uma escola cujo valor da sua folha é de R$ 100 mil está preocupada em descontar o equivalente a R$ 10 do total dos salários dos professores. Na longa história de lutas do SINPRO-SP nunca ocorreu um exemplo tão dramático de insensibilidade, grosseria, pão-durismo e sovinice por parte dos empresários da Educação.
É bom que os professores, na hipótese de que sofram o desconto irrisório – tão irrisório que pode não ser percebido – denunciem a ofensa que seu patrão comete com essa mesquinhez. E também é bom que as escolas olhem para si mesmas com algum tipo de honestidade que as leve a refletir sobre o comportamento vergonhoso que o seu sindicato estimulou e que elas próprias se apressaram em adotar.
Não se pode esquecer das lições do grande educador Paulo Freire:
“Ai de nós, educadores e educadoras, se deixarmos de sonhar sonhos possíveis".
O professor brasileiro já deixou de sonhar, e o sonho de uma educação de qualidade está cada vez mais distante em nosso país.
“Ainda vale a pena ser professor? Mesmo para quem gosta muito da profissão (como é o meu caso), vai sendo cada vez mais difícil conseguir encontrar argumentos positivos para colocar no prato "sim" da balança em contraponto aos sucessivos e rudes golpes que a profissão tem vindo a sofrer e que a fazem inclinar para o prato do "não". Por mim, ainda consigo incliná-la para o "sim", mas... por quanto tempo?”
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