Não podemos deixar de reproduzir em nosso blog a notícia que hoje foi publicada no site da Folha Educação.
Vamos a ela:
A suspensão de uma aluna de 15 anos que criou uma comunidade na rede social Facebook para a troca de informações sobre tarefas e provas da escola pH virou caso de polícia no Rio.
Após Jannah Nebbeling chegar sozinha de táxi em casa dizendo ter sido coagida a apagar a página sob risco de prisão, a mãe dela, Andrea Coelho, registrou queixa. Ela entrou, também, com processo por danos morais contra a escola.
A comunidade, criada em março, era usada por alunos do 1º ano do ensino médio de diversas unidades do pH para a divulgação de respostas de lições que valiam nota.
Jannah diz que o ambiente era "construtivo", já que muitas vezes as respostas publicadas por um aluno viravam tema de debate. Ela reconhece, porém, que muitos também usavam a rede social só para copiar trabalhos.
"Isso depende de cada um. Eu copiei algumas vezes, com outras palavras, mas, antes do Facebook, eu me reunia com minhas colegas para fazer o dever. A comunidade só facilitou", diz.
A mãe da garota diz que o problema maior foi ter considerado negligente a atitude da escola ao enviar a aluna sozinha de táxi para casa.
Além disso, Andrea diz que a filha foi constrangida pela diretora na frente de dois professores e coagida a apagar a comunidade, o que ela não conseguiu fazer.
"Eles disseram que, se ela não apagasse a página, eu poderia ser presa por crime cibernético", conta a mãe.
Educadores ouvidos pela Folha são unânimes em reprovar a reação do colégio.
Para Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da USP e colunista da Folha, o Facebook poderia sediar um enorme grupo de estudos voluntário, que melhoraria o desempenho dos alunos.
"O pavor das novas tecnologias apenas revela o quanto a escola é cada dia mais anacrônica", diz Luca Rischbieter, consultor pedagógico da área de tecnologia educacional da Positivo.
O problema, afirma Nilbo Nogueira, doutor em educação com ênfase em novas tecnologias pela PUC-SP, é o uso inadequado da internet por falta de orientação dos professores.
OUTRO LADO
Em nota, o colégio pH afirmou lamentar que a estudante tenha levado à Justiça um assunto de cunho estritamente educacional.
"A instituição tomou as medidas cabíveis, seguindo sua linha pedagógica, ao constatar que a aluna administrava página em rede social na qual usava o logo da instituição e veiculava material didático do colégio sem autorização e de forma inadequada", diz a nota.
O colégio diz que ofereceu um funcionário para acompanhá-la até em casa, mas que a oferta foi recusada. O pH é um dos colégios com maior taxa de aprovação em vestibulares.
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Nota deste blog
As opiniões já expressadas na notícia ora reproduzida em nosso blog afirmam que as escolas no Brasil não estão preparadas para enfrentar os desafios das novas tecnologias. Todavia, quando se trata de reduzir custos, oferecendo o ensino a distância, elas se adaptam rapidamente.
Sugerimos que os gestores dessa e de outras escolas leiam Paulo Freire e outros renomados educadores.
Vejam, em pequena síntese, o que pensa cada alguns deles:
Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentação da coleção “Educação: Experiência e Sentido”, acentuam a importância da experiência do aprendizado:
“A experiência, e não a verdade, é o que dá sentido à educação. Educamos para transformar o que sabemos, não para transmitir o que é sabido”
Paulo Freire, por sua vez, ensina:
“ Ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho, nós homens (mulheres) aprendemos através do mundo”
“ Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”
É preciso, em conclusão, que a escola do presente nunca se esqueça da lição que nos foi legada por Paulo Freire de que "a educação se realiza em outros lugares além da escola".
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/928707-estudante-e-suspensa-no-rio-apos-colocar-licao-no-facebook.shtml
Leia “Pedagogia da Autonomia” e “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire.
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