27 de junho de 2011

MOGI DAS CRUZES - 1945 - "NOS TEMPOS DO RACIONAMENTO DA FARINHA"



FOTO DO ARQUIVO PESSOAL DESTE BLOGUISTA


Preciosa a foto que me envia o amigo Benedito Luiz Franco. Garimpada entre os alfarrábios de seus pais Aristeu e Lourdes Salvarani Franco, ela é um retrato de corpo inteiro de nossa Cidade há 66 anos. Foi tirada durante os tempos mais difíceis da II Guerra Mundial, encerrada em 1945.

A Guerra passou longe do Brasil e as lembranças mais próximas que nos sobraram são as dos pracinhas mogianos que integraram os batalhões da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em campos da Itália.

Mas, por aqui, os efeitos dos esforços aliados no conflito eram sentidos no dia a dia da população da época: o Município tinha, então, perto de 45 mil habitantes e incluía a maioria dos municípios do alto Tietê que, após isso, tiveram sua emancipação política.
 
Prova disso é a foto que mostra a longa fila formada à porta da Padaria Bandeirante, que os avós de Franco mantinham na esquina das ruas Dr. Corrêa e Coronel Souza Franco. Jorge e Irene Salvarani, os avós, foram os precursores de uma família que se notabilizou em Mogi das Cruzes pela produção de doces. A Padaria Bandeirante resistiu, no mesmo lugar, até a década de 1970.

Obrigada a conviver com o racionamento da farinha de trigo, a população local fazia longas filas quando informada da possibilidade de obter pão em algum lugar. Na foto, a fila de estende por mais de um quarteirão; passa além do Teatro Vasques.

Fonte:

Jornalista Franciso José Arouche  Ornelas (Chico Ornelas)
Crônica publicada no Diário de Mogi, edição de 26 de junho de 2011

NOTA:



Francisco Ornellas – Coordenador do  Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado, criado em 1990 por decisão conjunta das diretorias de O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado e Rádio Eldorado, é reconhecido como Extensão Universitária em Jornalismo pela Faculdade de Comunicações da Universidade de Navarra (Espanha).

INFORMAÇÕES SOBRE O CURSO:


Um comentário:

  1. Gostei muito da crônica e de ler algo sobre Mogi. Ali tenho minhas raízes, memórias da infância e juventude. Meus quatro filhos são mogianos. A cidade mudou muito, mas as boas lembranças permanecem.

    Lembro-me que havia filas também na porta da Padaria Santista em frente à praça, que na época era chamada simplesmente de Jardim. Eu e meu marido Sandro namoramos muito ali, no bosquinho.
    Em 1946, como havia racionamento de farinha de trigo e consequentemente faltava pão, algumas vezes eu ia da rua Isabel de Bragança, onde morávamos, até essa padaria para guardar lugar na fila para minha mãe. Era assim que conseguíamos comprar o pão nosso de cada dia. Apesar da minha pouca idade - seis anos -, isso ficou gravado em minha memória.
    Recordo também quando foi colocada, no Jardim, a estátua em homenagem ao Soldado Desconhecido. No início tinha medo de passar perto dela porque alguém disse que havia soldados mortos na guerra enterrados ali...

    A padaria e doceria de seus avós (uma tentação!) ficava no caminho para o ginásio e era impossível não dar uma "paradinha" de vez em quando.
    Sua prima Lourdinha é de minha turma no Magistério e sobre sua irmã Terezinha, minha amiga de infância, nem preciso dizer nada. Você, então, era terrível, vivia nos provocando...
    Eu quis postar um comentário no seu blog, mas não soube como fazê-lo, isto é, escrevi o comentário, cliquei para postar, mas não aconteceu nada. Falta de conhecimento de minha parte.
    Utilizo computador há muitos anos, faço revisão de textos, organizo exercícios de português para o meu neto Bruno (que detesta português...), edito fotos no Photoshop, etc.. Também já fiz algumas cópias de segurança para meus filmes antigos favoritos (A Um Passo da Eternidade, À Noite Sonhamos, Suplício de uma Saudade, Um Fio de Esperança, Shane, etc.). Se o original "pifar" tenho a cópia guardada. Organizei CDs com seleção de músicas americanas, brasileiras, além de boleros, tudo do nosso tempo.
    Mas há muitos recursos que ainda preciso aprender ou descobrir. Eu chego lá, pois gosto de desafios. No momento tenho estado abatida com a morte do Sandro e o computador tem sido de grande ajuda, ocupando bastante minha cabeça.
    Na semana passada meu filho Marcelo incluiu-me no tal Facebook. Apesar de ser restrito a grupo de amigos, já deu para perceber que a turma gosta de conversar.

    Quando tiver tempo, escreva sobre você... família... filhos... netos... trabalho... Como vai a vida.
    Um abraço e boa semana.
    MElisa.

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