7 de junho de 2011

Na Argentina, guia compara político corrupto a aluno que cola na prova





Enquanto no Brasil o chamado “kit gay” causa polêmica, na Argentina a discussão da vez trata de um guia anticorrupção distribuído pelo governo às escolas do país. Feito com o objetivo de conscientizar os alunos sobre o tema, o material compara, por exemplo, um funcionário público que rouba dinheiro a transgressões menores, do tipo colar na prova ou tomar um ônibus sem pagar passagem.
 
Ver em tamanho maiorImagens do vídeo anticorrupção distribuído na ArgentinaFoto 1 de 3 - O garoto conta aos amigos que conseguiu cópias da prova de inglês. ReproduçãoOs críticos apontam que isso seria diminuir os atos de corrupção, mais danosos ao bem público. Além disso, colar na prova é um ato privado de um indivíduo, enquanto um funcionário público age em nome do Estado.

A Oficina Anticorrupção, responsável pela produção do conteúdo, defende que “a corrupção tem sua raiz mais profunda num desvio cultural”. Aponta também que a soma de pequenos atos errados pode resultar num prejuízo grande – jogar lixo na rua, por exemplo, causa a obstrução de bueiros e contribui para enchentes.

O guia impresso, de 62 páginas, será distribuído a um milhão de alunos. Acompanha um DVD que traz histórias de um jovem transgressor chamado Juan. “Parece existir a noção de que ter a intenção de transgredir, por exemplo, quando um funcionário leva a cabo um ato corrupto, é muito diferente de fazer uma transgressão simplesmente porque surgiu uma oportunidade. Mas será que é assim?”, questiona o material.
 
*Com informações do jornal El Clarín

Fonte:

http://noticias.uol.com.br/educacao/2011/06/06/na-argentina-guia-compara-politico-corrupto-a-aluno-que-cola-na-prova.jhtm

Nota deste bloguista:

A nossa análise sobre o material distribuído na Argentina se restringe à leitura da notícia. Não tivemos acesso ao material. Todavia, nossa impressão é de que a intenção é válida. Conscientizar a população sobre os malefícios da corrupção desde a infância pode dar resultados.

Não podemos esquecer da grande lição da pensadora alemã de origem judia Hannah Arendt (1906–1975), que ficou famosa por conceitos, elaborados a partir do evento do nazismo, como o da banalização do mal e a aceitação do mal menor. Analisando como os hábitos éticos e morais de uma sociedade, no caso da Alemanha antes da Segunda Guerra, mudaram do dia para noite, Hannah questionava a aceitação do mal menor, o que para ela era a aceitação do mal em si.

Como conclusão deixamos aos nossos leitores uma célebre frase de Martin Luther King,  que exprime bem o conteúdo do presente post:

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons"

Ao que parece a Argentina não quer o seu povo calado.

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