7 de setembro de 2011

JUSTIÇA É LENTA?- MUITAS VEZES SOMOS OS CULPADOS



Charge de Gerson Kauer





O artigo abaixo reproduzido, publicado hoje no site Espaço Vital, demonstra bem que, não raras vezes, são os próprios cidadãos os culpados pela lentidão dos julgamentos dos casos levados ao judiciário.

Muitas vezes, atolados com um volume grande de processos para julgar, e uma pauta repleta de audiências,  os juízes se deparam com casos como o descrito abaixo.

A simples leitura do relato, demonstra bem o que pretendemos dizer.

A mulher estava preparando o almoço, quando seu companheiro - pequeno comerciante - chegou. Faminto, não esperou nem a comida ser posta na mesa e foi logo retirando sua porção de arroz da panela. Minutos depois voltou, pegou o restante que ainda estava no fogo e jogou no lixo, alegando que "estava queimado". Começou a discussão.

O homem passou a agredir a companheira - socos e pisões - e até tentou esganá-la. Com os gritos de socorro, os vizinhos intervieram, mas como o impasse recrudescesse, chamaram a BM. Os envolvidos foram parar na Delegacia da Mulher, onde a vítima disse que ele só se conteve quando ela implorou que parasse, pois já estava quase sufocada.

Relatou também que “seguidamente sofrera ameaças e agressões de seu companheiro”, com quem vive desde 2001.

O homem trouxe outra versão. Disse que a briga começou porque ele sugerira à companheira que esquentasse a comida em banho-maria. Ela não quis e ele foi para o fogão e começou a mexer o arroz. A mulher então, aborreceu-se com a interferência e ela teria jogado a comida no lixo.

Na Justiça, a mulher confirmou que tinha apanhado do companheiro por causa do arroz, mas disse que "isso não acontecia mais" e que ela "o havia perdoado". O juiz e o promotor trocaram olhares.

No termo da audiência em processo aberto em função da Lei Maria da Penha - numa das varas criminais de Porto Alegre - consta que “o casal já reconciliou, tendo declarado a este Juízo que vive em harmonia”.

Por avaliar que ainda existe amor na união, o juiz decidiu dar ao homem a oportunidade de reparar o seu erro: fazer o arroz, a ser servido no almoço aos sábados, domingos e feriados, ao longo dos próximos três meses.

- Capriche e procure não dar motivos para que ela reclame, supostamente, do arroz queimado! - observou o magistrado.

O casal saiu feliz da sala de audiências. De mãos dadas.

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