16 de novembro de 2011

A cracolândia se movimenta e não se sabe onde irá parar.








Não há muros, celas e seguranças vigiando. Mas imagem que se tem da Cracolândia, faz lembrar as cenas dos campos de concentração. Homens e mulheres; seres humanos desprezados, se amontoam nas calçadas e nos demais espaços, a espera de uma simples pedrinha que irá saciar-lhes sua única necessidade: se drogar.

O governo municipal tem lançado programas no sentido de reconfigurar e requalificar o centro da cidade. O policiamento aumentou na área. Pretende-se, com isso, atrair investimentos de capital privado, para mudar a "cara" do centro urbano da maior cidade brasileira.

Críticas são feitas ao programa em face o seu caráter exclusivamente higienísta, e por faltar-lhe ações voltadas à recuperação dos grupos humanos que por lá vivem – moradores de rua e os usuários e dependentes de drogas (crack). Ao serem expulsos de um local, tais grupos simplesmente migram-se para ruas e bairros vizinhos.
Transfere-se o problema para o vizinho ao invés de resolvê-lo.

Dia a dia, moradores da Barra Funda, na Zona Oeste, notam o crescimento de uma população não desejada. Usuários de drogas passam dias e noites em ruas do bairro. “A Cracolândia está descendo”, diz Edvaldo Godoy, presidente da Associação Amigos da Barra Funda, referindo-se à região vizinha conhecida pela presença de viciados em crack.

Aliado a tudo isso, há uma crescente procura por imóveis no centro de São Paulo, antes desprezado para abrigar empreendimentos residenciais, e que hoje começam a chamar a atenção de construtoras e incoporadoras.

Se nada for feito, e com urgência, a cracolândia irá continuar existindo, descendo, procurando espaços, na cidade de São Paulo e, quiçá, mudando para outras regiões da Grande São Paulo.

Onde ela irá parar?

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