Não
há muros, celas e seguranças vigiando. Mas imagem que se tem da Cracolândia,
faz lembrar as cenas dos campos de concentração. Homens e mulheres; seres
humanos desprezados, se amontoam nas calçadas e nos demais espaços, a espera de
uma simples pedrinha que irá saciar-lhes sua única necessidade: se drogar.
O
governo municipal tem lançado programas no sentido de reconfigurar e
requalificar o centro da cidade. O policiamento aumentou na área. Pretende-se,
com isso, atrair investimentos de capital privado, para mudar a "cara" do centro
urbano da maior cidade brasileira.
Críticas
são feitas ao programa em face o seu caráter exclusivamente higienísta, e por
faltar-lhe ações voltadas à recuperação dos grupos humanos que por lá vivem –
moradores de rua e os usuários e dependentes de drogas (crack). Ao serem
expulsos de um local, tais grupos simplesmente migram-se para ruas e bairros
vizinhos.
Transfere-se o problema para o vizinho ao invés de resolvê-lo.
Dia
a dia, moradores da Barra Funda, na Zona Oeste, notam o crescimento de uma
população não desejada. Usuários de drogas passam dias e noites em ruas do
bairro. “A Cracolândia está descendo”, diz Edvaldo Godoy, presidente da
Associação Amigos da Barra Funda, referindo-se à região vizinha conhecida pela
presença de viciados em crack.
Aliado
a tudo isso, há uma crescente procura por imóveis no centro de São Paulo, antes
desprezado para abrigar empreendimentos residenciais, e que hoje começam a
chamar a atenção de construtoras e incoporadoras.
Se
nada for feito, e com urgência, a cracolândia irá continuar existindo,
descendo, procurando espaços, na cidade de São Paulo e, quiçá, mudando para outras
regiões da Grande São Paulo.
Onde
ela irá parar?
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