Ensino Superior no Brasil: uma contradição?

Crédito imagem: rendadinheiro.com.br

Ao ler o noticiário diário vamos verificar que o Brasil tem enfrentado uma grande carência de mão de obra qualificada. Isso fez com que as concessões de visto de trabalho a estrangeiros apresentassem um crescimento muito grande. Atraídos pelo bom momento da nossa economia, salários competitivos e falta de profissionais qualificados em determinadas áreas, trabalhadores estrangeiros, de quase todos os continentes, estão aportando para trabalhar no Brasil.


Segundo dados do Ministério do Trabalho, “das 11.530 autorizações de trabalho concedidas no primeiro trimestre deste ano - um volume recorde para o período -, 60% foram direcionadas a estrangeiros com diploma universitário, mestrado, doutorado e até PHD. Além disso, 80% dos vistos eram vinculados a funções técnicas ou a projetos de transferência de tecnologia. A mão de obra é importada principalmente para atuar em setores que vêm recebendo grandes volumes de investimento e demandam alto nível de conhecimento técnico, como petróleo e gás, energia e indústria”.


Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada), mais de 73% dos desempregados no Brasil não tem a qualificação necessária para preenchimento das vagas.


Na contramão disso, é alarmante o número de vagas não preenchidas no ensino superior brasileiro. De acordo com reportagem publicada na Folha. Com. “No ano passado, quase metade (49%) das vagas de ingresso para novos alunos oferecidas pelas universidades, centros universitários e faculdades do país não foi preenchida. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgado nesta semana pelo MEC (Ministério da Educação), as 2.377 instituições de ensino superior disponibilizaram 3.120.192 vagas em seus processos seletivos, mas o número de ingressos registrados foi de 1.590.212. De 1,5 milhão de oportunidades de acesso não preenchidas em 2010, a maioria era de estabelecimentos particulares. Ainda assim, sobraram 36 mil vagas em instituições públicas, especialmente nas municipais. O secretário de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, reconhece que é preciso melhorar o aproveitamento das vagas das instituições que não são federais”.


Precisamos resolver essa questão e com urgência, pois nossa economia está crescendo, mas as oportunidades de emprego são oferecidas para os estrangeiros por falta de qualificação do trabalhador brasileiro.


Vagas disponíveis no ensino superior existem, todavia, precisamos primeiro oferecer oportunidade de acesso a todos, eis que a maioria delas está no ensino pago, e, segundo, verificar se estamos oferecendo os cursos de acordo com a demanda do mercado de trabalho.