29 de dezembro de 2011

Você pagará as depesas com o “velório” e do “enterro” da sacolinha plástica




        Devemos aplaudir todas as iniciativas que possam preservar o meio ambiente. Quanto a isso, tenho certeza absoluta que nenhum dos leitores do meu blog ousará discordar.
        Apesar disso, considero prematura, e sem sentido lógico, a  “morte” das sacolinhas plásticas.
        Se isso acontecer, teremos certamente um velório diferente. Os ambientalistas irão comemorar, e os demais cidadãos, conscientes ou não do problema ambiental, certamente não irão chorar por isso.
Morrerá, portanto, a sacolinha, “sem choro e nem vela”.
Diante dessa certeza ,  poucos se deram conta de que nós, consumidores, pagaremos sozinhos a conta do “velório” e do “enterro” das sacolinhas.
O meio ambiente vai nos agradecer, mas os donos de estabelecimentos comerciais que utilizam as sacolinhas, e as indústrias de produtos alternativos, certamente irão agradecer muito mais.
Vejamos algumas das muitas razões:
1.  Se o custo das sacolinhas plásticas hoje utilizadas pelos estabelecimentos comerciais estava embutido nas mercadorias vendidas, qual é a razão de o consumidor ter que arcar hoje com o preço (média R$0,19) que será cobrado pelas novas embalagens alternativas?
Nesse sentido, vale à pena citar que em Belo Horizonte (MG), onde já foi proibido o uso de sacolinhas plásticas, estima-se que as grandes redes de comércio deixarão de ter uma despesa estimada em R$4,7 milhões ao ano. Em razão disso, já se discute nos órgãos de proteção do consumidor o fato de que, enquanto o consumidor leva o prejuízo, os empresários estão lucrando.
E mais.
Na cidade de São Paulo a lei que proibia o uso de sacolinhas plásticas foi suspensa por decisão judicial. O argumento do juiz é que a lei além de ineficaz, fere o direito do consumidor de ter que levar os produtos comprados. Mas segundo notícias, o que prova que os estabelecimentos comerciais sairão lucrando, é que eles, por iniciativa própria, deixarão de usar as sacolinhas.
2.  Os sacos de lixos e as embalagens de vários produtos que são comercializados continuarão a ser produzidos com o mesmo material das sacolinhas plásticas?
Não há notícias que digam ao contrário.
A respeito dos sacos de lixo, já há estudos que indicam que uma família média irá gastar R$15,00 por mês com a compra desse produto, de vez que não poderá utilizar mais as sacolinhas de plásticos.
Isso prova, também, que vamos trocar 6 por meia dúzia, e que o juiz que suspendeu a lei em São Paulo está correto ao afirmar que ela é ineficaz.
Outros tantos argumentos poderiam ser apresentados para comprovar que a suspensão das sacolinhas de plástico - apesar de em tese representar uma medida correta - de nada vai contribuir para a preservação do meio ambiente.

Para concluir, estou convicto de que continuamos a produzir em grande quantidade leis de eficácia zero, ao invés de investir na educação, que é o único caminho para desenvolver a consciência ambiental.    

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