6 de novembro de 2012

Sabedoria de Avó...





Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Porto, dizer a minha neta:

- Querida, venha cá.


Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar.


E assim, dizer apontando o indicador para o alto:


- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração!


Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões.


E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.


Por isso, vou colocar mais ou menos assim:


É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.


Siga sempre seu coração.


Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.


Satisfaça seus desejos.


Esse é seu direito e obrigação.


Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.


Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim.


Aproveite sua casa, mas procure viajar para conhecer lugares, culturas e pessoas diferentes.


Cuide bem dos seus dentes.


Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.


Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito...


Tenha uma vida rica de vida! Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.


Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.


E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável.


Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.


Se for se casar, faça por amor.


Não faça por segurança, carinho ou status.


A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!


Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você.


Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão.


É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.


Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação.


Leia. Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim.


Compreenda seus pais.


Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.


Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.


Era só isso minha querida.


Agora é a sua vez.


Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você? 

Isso vale para todos nós, pais, filhos, netos, tias e amigas.

Crédito:

Não sei quem é o autor. Recebi por e-mail de Reinaldo Moreto, São Paulo, Capital.

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