27 de dezembro de 2012

EMPREGADAS DOMÉSTICAS - LIBERTADAS?



 
Crédito Imagem - www.institutoeckart.com






        Ao ler recentemente um artigo publicado no site Espaço Vital, com o título “A Libertação das Domésticas”, de autoria de Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, de que foi dado um grande passo para que se fizesse justiça às trabalhadoras domésticas, fico imaginando se não irá ocorrer com essa categoria de trabalhadoras o mesmo que aconteceu com os escravos quando foram libertados pela Princesa Izabel.

        Como todos sabem, por meio de uma Emenda Constitucional, as empregadas domésticas passaram a contar com outros 16 direitos já assegurados aos demais trabalhadores urbanos e rurais.

        Dizem nossos historiadores que após a abolição dos escravos, e com a abundância de mão de obra imigrante, os ex-cativos acabaram por se constituir em um imenso exército industrial de reserva, descartável e sem força política alguma na jovem República.

   Os fazendeiros – em especial os cafeicultores – ganharam uma compensação: a importação de força de trabalho europeia, de baixíssimo custo, bancada pelo poder público. Parte da arrecadação fiscal de todo o País foi desviada para o financiamento da imigração, destinada especialmente ao Sul e Sudeste. O subsídio estatal direcionado ao setor mais dinâmico da economia acentuou desequilíbrios regionais que se tornaram crônicos pelas décadas seguintes. Esta foi a reforma complementar ao fim do cativeiro que se viabilizou. 

        Quanto aos negros, estes ficaram jogados à própria sorte.

      Com o encarecimento da mão de obra das domésticas, muitas famílias não irão mais poder bancar esse custo, podendo ser o seu efeito semelhante ao que ocorreu com os negros: as empregadas domésticas ficaram jogas à própria sorte – sem emprego.

 

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