4 de janeiro de 2014

Que caminho se deve tomar: o correto ou o fácil?





 


A incrível e intolerável passividade e subserviência dos partidos políticos existentes hoje em nosso país com o governo do PT, me fez lembrar de um conto da literatura chinesa cujo título é “Um juiz decide que caminho deve tomar: o correto ou o fácil”.


Diz o conto:


Qu Yuan (339-278 a.C.) foi um oficial de justiça do Estado de Chu durante o período dos Reinos Combatentes (403-221 a.C.) da história chinesa.


Ele era lealmente dedicado em servir o Estado de Chu. Por causa de seus talentos e integridade, outros oficiais de justiça se esforçavam para suplantá-lo. Através de Zheng Xiu, uma concubina favorita do rei de Chu, os opositores de Qu Yuan caluniaram contra ele para o rei, o que provocou seu exílio.


A obra-prima “Adivinhação” (de autor desconhecido), que aparece nas Canções de Chu, recordou os pensamentos de Qu Yuan sobre essas vicissitudes.


Depois de ser exilado, Qu Yuan não viu o rei de Chu por três anos. Ele estava perturbado com ansiedade, então, ele procurou o conselho do adivinho Zheng Zhanyin. “Tenho questões em minha mente, espero que você possa me ajudar a encontrar respostas”, disse Qu Yuan. Zhanyin colocou varetas de milefólio, limpou a poeira da casca de tartaruga e disse a Qu Yuan, “Estou pronto para ouvir suas instruções.”


Qu Yuan disse, “Devo ser diligente, honesto e leal ou devo bajular, agradar e socializar para que possa evitar estar em apuros? Eu deveria trabalhar duro no campo e na agricultura ou me curvar para quem está no poder por fama e fortuna? Eu deveria falar francamente e pôr a mim mesmo em perigo ou afundar com a correnteza para proteger meus próprios interesses? Devo transcender o mundo enlameado, tomar um caminho mais elevado e manter-me fiel a mim mesmo ou devo mascarar um rosto sorridente, bajular e agradar aquela mulher [a concubina Zheng Xiu favorita do rei]?”


“Eu deveria ser honesto e incorruptível e manter minha integridade ou ler as mentes dos outros, disputar com aqueles no poder e mudar minha postura sempre que as circunstâncias mudarem? Eu deveria tentar igualar o melhor ou ficar confortável com o pior? Devo voar alto com os cisnes ou lutar com galinhas e patos no chão para comer?”


“De tudo isso, o que é bom, o que é ruim? O que devo abandonar e o que devo seguir? Este mundo é enlameado. Os que conspiram e bajulam têm poder e fama; os que são virtuosos e bondosos são ninguém e desconhecidos. Ai de mim, o que posso dizer? Quem conhece minha integridade e lealdade?”


Ouvindo isso, Zheng Zhanyin retirou as varas milefólio e pediu desculpas a Qu Yuan, “Há questões que mesmo a adivinhação não pode responder. Basta seguir seu coração. Meu casco de tartaruga e varetas de milefólio não são úteis a você”, disse ele.

Se algum dos nossos políticos, pertencente a qualquer um dos partidos políticos hoje existente, procurar uma mãe de santo para pedir conselho igual, certamente ouvirá que ela nada pode fazer, pois todos já escolheram o seu caminho: o fácil.

Fonte:

 






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