A incrível e intolerável passividade e subserviência dos partidos políticos existentes hoje em nosso país com o governo do PT, me fez lembrar de um conto da literatura chinesa cujo título é “Um juiz decide que caminho deve tomar: o correto ou o fácil”.
Diz o conto:
Qu
Yuan (339-278 a.C.) foi um oficial de justiça do Estado de Chu durante o
período dos Reinos Combatentes (403-221 a.C.) da história chinesa.
Ele
era lealmente dedicado em servir o Estado de Chu. Por causa de seus talentos e
integridade, outros oficiais de justiça se esforçavam para suplantá-lo. Através
de Zheng Xiu, uma concubina favorita do rei de Chu, os opositores de Qu Yuan
caluniaram contra ele para o rei, o que provocou seu exílio.
A
obra-prima “Adivinhação” (de autor desconhecido), que aparece nas Canções de
Chu, recordou os pensamentos de Qu Yuan sobre essas vicissitudes.
Depois
de ser exilado, Qu Yuan não viu o rei de Chu por três anos. Ele estava
perturbado com ansiedade, então, ele procurou o conselho do adivinho Zheng
Zhanyin. “Tenho questões em minha mente, espero que você possa me ajudar a
encontrar respostas”, disse Qu Yuan. Zhanyin colocou varetas de milefólio,
limpou a poeira da casca de tartaruga e disse a Qu Yuan, “Estou pronto para
ouvir suas instruções.”
Qu
Yuan disse, “Devo ser diligente, honesto e leal ou devo bajular, agradar e
socializar para que possa evitar estar em apuros? Eu deveria trabalhar duro no
campo e na agricultura ou me curvar para quem está no poder por fama e fortuna?
Eu deveria falar francamente e pôr a mim mesmo em perigo ou afundar com a
correnteza para proteger meus próprios interesses? Devo transcender o mundo
enlameado, tomar um caminho mais elevado e manter-me fiel a mim mesmo ou devo
mascarar um rosto sorridente, bajular e agradar aquela mulher [a concubina
Zheng Xiu favorita do rei]?”
“Eu
deveria ser honesto e incorruptível e manter minha integridade ou ler as mentes
dos outros, disputar com aqueles no poder e mudar minha postura sempre que as
circunstâncias mudarem? Eu deveria tentar igualar o melhor ou ficar confortável
com o pior? Devo voar alto com os cisnes ou lutar com galinhas e patos no chão
para comer?”
“De
tudo isso, o que é bom, o que é ruim? O que devo abandonar e o que devo seguir?
Este mundo é enlameado. Os que conspiram e bajulam têm poder e fama; os que são
virtuosos e bondosos são ninguém e desconhecidos. Ai de mim, o que posso dizer?
Quem conhece minha integridade e lealdade?”
Ouvindo
isso, Zheng Zhanyin retirou as varas milefólio e pediu desculpas a Qu Yuan, “Há
questões que mesmo a adivinhação não pode responder. Basta seguir seu coração.
Meu casco de tartaruga e varetas de milefólio não são úteis a você”, disse ele.
Se
algum dos nossos políticos, pertencente a qualquer um dos partidos políticos hoje existente,
procurar uma mãe de santo para pedir conselho igual, certamente ouvirá que ela nada pode fazer, pois todos já escolheram o seu caminho: o fácil.
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