A educação não é tratada com seriedade em nosso país. Além da falta de investimentos, a política educacional está apenas direcionada para aspectos quantitativos, não garantindo o progresso técnico-científico e, consequentemente, econômico da nação. Ao deixar em segundo plano a qualidade, o acesso maior à educação não garante a obtenção de resultados mais significativos para a economia do país.
A maior prova disso foi o recente Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujo fator educação foi responsável pelo nosso país seguir atrás no ranking de países como Cazaquistão, Kuwait, Bósnia e de muitos outros da própria América Latina – Chile, México, Peru e Argentina.
A falta de seriedade de que falamos é também confirmada mais uma vez com a realização de uma nova edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), já maculado anteriormente pela quebra do sigilo das provas e pelos vazamentos de dados confidenciais dos candidatos. Na edição 2010, que teve início ontem, 6 de novembro, novamente o exame ficou comprometido pela ocorrência de erro nos gabaritos da prova, com a ordem de questões invertida na folha de respostas.
Após mais um erro lamentável, o Ministério da Educação (MEC), se pronunciou garantindo que os candidatos não serão prejudicados e caberá a todos o direito de recurso. Além dos transtornos causados aos alunos, é inadmissível que um exame, realizado anualmente, portanto com muito tempo para a sua elaboração, possa apresentar erros tão primários.
Apesar de os organizadores declararem que o erro não irá afetar a credibilidade do ENEM, e que nenhum dos candidatos será prejudicado, entendemos que fica mais uma vez demonstrada a falta de seriedade daqueles que têm a responsabilidade de zelar pela educação em nosso país.
Lamentável.
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