A primeira propaganda oficial do governo federal brasileiro em 2011 veiculada na TV, enfoca a necessidade de o país valorizar o professor. Traz, no seu bojo, um apelo para que os jovens venham a se interessar pela carreira, tão pouco procurada ultimamente.
Ao assistir aquela peça publicitária os professores brasileiros dirão, parodiando aquela comediante da Globo: "glamour eu tenho, o que me falta é salário digno!"
Pesquisas já realizadas confirmam que a remuneração paga ao professor é uma das principais causas do pouco interesse demonstrado pelo jovem brasileiro pela carreira de professor. Percebendo hoje um salário de até 40% menor que a remuneração paga para profissionais com o mesmo nível de escolaridade (jornada de trabalho de 40 horas semanais), trata-se, para muitos, de uma carreira com risco de extinção.
Além disso, há quem já perceba salário maior do que o mínimo oficial pago ao professor, exercendo atividades laborais que não se exige qualquer formação daquele que vai executá-las.
Diante dessa constatação, sem um aumento significativo do salário pago à categoria, a carreira docente seguirá sendo desvalorizada e pouco procurada. Como uma das consequências disso, iremos continuar vendo o ensino brasileiro obtendo péssimos resultados nas avaliações a que é submetido.
Nesse sentido, Gustavo Iochpe, especialista em educação e articulista da revista Veja, afirma que "já virou clichê afirmar que a educação é uma das ferramentas estratégicas mais importantes – provavelmente a mais importante – para um povo que queira se desenvolver nos dias que correm”.
E o nosso Brasil caminha exatamente em sentido contrário, deixando de investir, como deveria, na educação e na valorização do professor.
Apesar de ter apresentado uma modesta melhora na última avaliação internacional - Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), o estudante brasileiro demonstra que avançou muito pouco em relação às avaliações anteriores.
Segundo reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo, 08/12/2010, no Brasil, a distância entre as pontuações obtidas pelos estudantes das redes públicas e privadas saltou de 109 para até 121 nos últimos três anos. Todavia, o fosso que separa as escolas públicas das privadas no País aumentou nos últimos três anos.
Disso resulta que, enquanto o aluno que estuda numa escola particular alcança 519 pontos em média - o nível 3 na escala de proficiência (patamar considerado razoável pelos organizadores da avaliação) -, o da pública (federal, estadual e municipal) faz 398 pontos e não sai do primeiro nível de desempenho .Ou, em outras palavras, com 15 anos, os alunos das escolas particulares conseguem ao menos ler um texto e extrair sua idéia principal, identificando argumentos contraditórios e pouco explícitos. Também são capazes de relacionar informações com situações do cotidiano. Estudantes da rede pública só entendem informações explícitas e não são capazes de perceber trechos mais importantes numa leitura.
Ao assumir recentemente a presidência do Brasil, Dilma Rousseff garantiu que fará os investimentos que a nossa educação precisa. É bom que comece logo, pois as reformas somente surtirão resultados a longo prazo.
E para que isso seja possível, a valorização do professor deve consistir em oferecer-lhe um salário digno, pois apenas de “glamour” não é possível viver e muito menor ensinar bem.
Força Chico, " e o salário... oh!".
Fontes:
Nota:
Simone Iwasso - O Estado de S.Paulo.
Nota:
A imagem de Chico sintetiza bem o presente post. É utilizada para representar a nossa homengem a um dos maiores comediantes brasileiros, neste momento em que ele trava uma luta heróica para continuar vivendo e nos proporcionando com a sua arte inigualável momentos de alegria.
Recebi por e-mail o comentário que transcrevo: Olá Franco, feliz 2011.
ResponderExcluirConcordo integralmente e acredito que a educação mude um país sim,
só que precisamos de um replanejamento com enfoques regionais
bem diversos...Para termos um país no futuro a educação deve estar nos palnos presentes.
Abraço, Fernanda Barcaro Silva