6 de julho de 2011

Educação a Distância = demissão de professores?

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Em um de meus artigos menciono que um dos qualificadores de um bom curso a distância é a relação entre professores e alunos que a instituição mantém. E me assustou muito nessa semana a seguinte reportagem em uma importante revista de negócios falando sobre a recuperação de uma determinada instituição:

“Educação a distância - Disciplinas opcionais deixaram de ser presenciais e agora estão num portal único para todas as 800 turmas da rede. Com isso, 450 professores foram demitidos.”

Como isso aconteceu? Qual a mágica? Voltando ao princípio, o que é Educação a Distância? Educação sem professor? Essa é uma grande novidade para mim.

Existe sim uma modalidade de educação chamada auto-instrucional, onde o aluno tem que conduzir seu estudo sozinho. Um modelo importante para algumas situações e que é muito utilizado no mundo corporativo para nivelamento de conhecimentos. Um modelo que demanda grandes investimentos em tecnologia pois o sistema tem que dar o máximo suporte ao aluno, o que de maneira alguma substitui o professor.

Mas esse não é o caso das instituições de ensino de graduação e pós que são reconhecidas pelo MEC. Nessas, por razões óbvias, o professor mantém sim sua função porém usando outros meios para interagir com os alunos.

Afinal, é isso que a EAD traz: distância física, distância temporal. Essa é a grande sacada. Um modelo que permite que alunos de diferentes regiões interajam com a instituição de ensino que preferirem. Alunos que não tem como conciliar sua agenda com o horário tradicional de uma universidade passam a ter uma possibilidade de adquirir o conhecimento que desejam, pois podem fazer o seu curso de acordo com a sua agenda.
 
Em matéria de negócios, a EAD não pode ser vista como uma forma de redução de custos, mas sim de otimização de recursos. Permite sim que um professor atenda um volume maior de alunos, pois estes passam a interagir em momentos distintos. Mais do que isso, permite que a instituição aumente o seu quadro de alunos sem um incremento na sua estrutura física.

Para os administradores de plantão, estamos falando em aumento de alunos com baixo CAPEX (Capital Expenses). Para criar uma turma em uma nova região, não é necessário a construção de um prédio e todos os seus custos associados. Apenas um ponto de presença, com menos recursos, e que pode ser uma estrutura compartilhada com uma escola local.

Necessita sim de um grande investimento no desenvolvimento do curso (materiais, vídeos, ativiades interativas). Porém, feito isso, a criação de turmas tem basicamente o custo do professor. SIM ! Ele permanece, ele conduz, ele tira dúvidas, ele continua como o mentor dos alunos, o mestre.

Avaliem com cuidado quando forem buscar uma instituição que ofereça educação a distância... vejam se ela está preocupada com o lado certo....em como acabar com a distância, e não com o professor ;-).

Fonte:

Autor do texto -Celso Roberti, trabalha com EAD (educação a distância) há dez anos. Matemático de formação e inquieto por natureza, já passou por empresas de tecnologia e educação.

Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br

Nota deste blog

Queremos parabenizar o autor do texto. Oportuno, ele relata como o ensino a distância está sendo implantado no Brasil. Além de ter como objetivo a redução de professores (custos), as aulas virtuais que são preparadas pelos professores, que deveriam render royalties e direitos autorais, ainda não é uma questão resolvida e normatizada. Nem mesmo o pagamento da chamada aula tecnológica os sindicatos conseguiram definir com os mantenedores.

Nossa opinião  é que o ensino não será a distância, mas sim distante, muito distante do aluno, caso o Ministério da Educação continue fechando os olhos para essa questão.

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