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Profissionais com mais de 50 anos têm aumento maior
Os salários dos profissionais acima dos 50 anos tiveram os maiores aumentos entre 2005 e 2010, comparados aos de outras faixas etárias.
A remuneração média dos trabalhadores de 50 a 64 anos subiu 55%.
Quem tem 65 anos ou mais recebeu aumento de 73%. A média de crescimento entre todos os empregados foi de 48%, mostra levantamento feito pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a pedido da Folha.
Quem tem 65 anos ou mais recebeu aumento de 73%. A média de crescimento entre todos os empregados foi de 48%, mostra levantamento feito pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) a pedido da Folha.
A inflação no período, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), foi de 34%.
A razão para o crescimento, dizem especialistas, é o aquecimento da economia.
O professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) Celso Grisi diz que o Brasil registrou enxugamento do mercado de trabalho especialmente a partir de 1980. Profissionais mais velhos foram substituídos por jovens. "Quem remanesceu ficou em situação desfavorável."
O panorama mudou. O número de vagas foi ampliado, inclusive o das que pedem mais experiência, diz a economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Patrícia Lino Costa.
O economista Angel Conesa, 56, recebeu recentemente aumento de 15%.
Ele chegou a ser demitido em 2008, mas foi contratado um mês depois. "A experiência facilita o movimento."
BAGAGEM EM VÁRIOS CENÁRIOS É DIFERENCIAL
Experiência corporativa em diversos cenários políticos e econômicos é o principal diferencial de profissionais com 50 anos de idade ou mais em relação aos demais.
A diretora-executiva Miriam Blom, 50, avalia que sua bagagem -que inclui quatro anos trabalhando em Angola- foi um dos motivos de sua contratação quase imediata quando voltou ao Brasil. "Viver e trabalhar em situações adversas trouxe conhecimentos novos", assinala.
O mercado está menos hostil do que há dois anos, completa o diretor comercial Oswaldo de Mello Neto, 51.
Com vivência de 20 anos em multinacional da área de imagem, dez em empresa de telecomunicações e um ano e meio como consultor, recebeu, há dois anos, convite "interessante" para retornar a um cargo de executivo.
Alessandro Shinoda/Folhapress
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Após trabalhar com consultoria durante um ano e meio, Oswaldo Almeida Mello, 52, voltou a ser executivo |
"Há oportunidade para quem se atualiza e busca novas experiências, mesmo que seja na mesma empresa ou no mesmo cargo", diz.
Os profissionais têm percebido a necessidade de reciclagem e voltado à sala de aula, observa a psicopedagoga Maria Beatriz Loureiro de Oliveira, especialista em orientação vocacional da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) de Araraquara.
"Notamos que as pessoas com mais de 40 anos estão voltando à universidade."
ACÚMULO DE DIPLOMAS
A constante atualização permitiu que Carlos Eduardo de Araujo, 54, da consultoria Mackensie Agribusiness, desenvolvesse uma metodologia de custos para a empresa. "Participo de seminários aqui e no exterior", conta ele, que contabiliza oito especializações em instituições no Brasil e no exterior -incluindo a Universidade Harvard.
Especialistas, no entanto, ponderam que, para se atualizar, nem sempre é necessário frequentar uma instituição de ensino. Eventos e leitura também ajudam na reciclagem profissional.
O consultor Julio Cardozo, autor do livro "O Melhor Vem Depois" (ed. Saraiva), ressalta que o profissional deve estar antenado ao perfil do empregado de sua área e "manter a rede de relacionamentos, que é responsável por 60% da empregabilidade."
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